Os dias passam devagar
Cada dia, cada noite
Parece não me sobrar lugar.
Toda a minha solicitude
Toda a minha paciência
Fazem elas aparecer-me uma nova experiência.
Ansiedade vai e vem
Como algo que parece se ter
Mas a este não se tem.
Quando a Madre, minha querida
Não me deixa passear
Ponho-me a pensar nas mãos que fui parar.
Meu consolo é contemplar meu travesseiro
E num suspiro profundo
Penso, então, no costumeiro.
Ofício, salmo, missa, refeição
Tudo em seu devido horário
Como manda a tradição.
Às sete da manhã anuncia-se a Santa Missa
Mas com Dom Beda celebrando
Ai, mamãe, que preguiça.
Mas quando este monge começa a se expressar
Lembro-me, logo, da Irmã Natividade
E mando Maria "passar".
"Mãe Maria, dá-me algum remédio !
Passe na frente, acelere a homilia
E acabe com meu tédio !"
Acabada a missa, me apego ao terço
Rezo, rezo, rezo
Rezo tanto que da oração nunca mais me esqueço.
Quando me vejo sozinha, vejam só que companhia
Irmã Mectildes com toda sua estripulia
Diz : " Pera ainda, pera ainda !"
E faz-se alegre minha vinda.
Ainda estou acostumando, todavia não o quero por primeiro
Deveras encontro-me em janeiro
Mas não um simples janeiro
É o Janeiro no Mosteiro.
domingo, 30 de janeiro de 2011
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Muito interessante,acho que também vou para o mosteiro!!!
ResponderExcluirSentir isso de perto!